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Segunda, 29 de Fevereiro de 2016 - 16h48

Exclusivas uagro

Controle biológico de pragas e doenças avança na agricultura brasileira

Setor vem crescendo entre 15% a 20% ao ano; País já conta com 107 produtos registrados

Exclusiva redação Uagro

O controle biológico de pragas e doenças na agricultura vem crescendo entre 15% a 20% ao ano, disse o professor José Roberto Postali Parra, pesquisador do Departamento de Entomologia e Acarologia da Esalq-USP, nesta segunda-feira (29), durante o seminário “Desafios da Pesquisa em Controle Biológico na Agricultura”, realizado na Fapesp, em São Paulo (SP).

Controle biológico cresce 20% ao ano Foto: Júnior Gobira/Fundação MT

O evento, coordenado pelo professor, teve como objetivo apresentar e discutir os principais avanços obtidos no controle biológico no País, segmento que vem despertando o interesse das gigantes multinacionais pelas empresas, geralmente pequenas e médias, do setor.

O controle biológico consiste na redução das populações de organismos que atacam florestas, plantas e diferentes culturas. Envolve a exploração, criação e colonização de inimigos naturais, como, por exemplo, insetos, ácaros e patógenos (fungos, bactérias e vírus) das diversas pragas e doenças, e a sua liberação em lavouras atacadas.

Segundo o pesquisador, existem catalogadas no mundo, cerca de 250 espécies de agentes naturais para uso no controle biológico. No Brasil, de acordo com o especialista, 107 produtos de controle biológico já estão registrados.

Mudando o modelo

Estima-se que nas regiões tropicais, as perdas na agricultura, devido ao ataque de pragas e incidência de doenças atinjam cerca de US$ 12 bilhões anuais. Entretanto, segundo o professor, a agricultura brasileira tem, tradicionalmente, uma cultura de combate a pragas e doenças de plantas com o uso de agroquímicos. “Nos últimos 12 anos, o consumo destes produtos no Brasil aumentou 162% em relação”, pontuou.

De acordo com o especialista, a substituição de agroquímicos pelo controle biológico contribui para a redução de desequilíbrios biológicos pela eliminação de inimigos naturais, além de ter impacto sobre a qualidade do solo, da água e dos alimentos, devido à redução ou eliminação de resíduos tóxicos. “Temos o desafio de criarmos um modelo de controle biológico para o clima tropical, integrando-o com o uso de agroquímicos”.

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